Em uma sociedade marcada por velocidade, ruídos e mudanças constantes, surge uma pergunta silenciosa, porém persistente: “Qual é o meu propósito?” Para muitos, essa inquietação se transforma em busca, e para aqueles que olham para as Escrituras, a resposta está clara: somos chamados para fazer a diferença.
Em Efésios 2.10, o apóstolo Paulo escreve com clareza e autoridade: “Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” O texto não apenas afirma que somos criação de Deus, mas que há um plano divino elaborado antes mesmo de darmos nosso primeiro passo. Isso revela que a vida cristã não é um percurso aleatório, mas um caminho com direção, propósito e destino.
No Antigo Testamento, esse chamado também ecoa por meio das palavras do profeta Jeremias. Em meio ao cativeiro, quando tudo parecia perdido, Deus envia uma mensagem de esperança: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jeremias 29.11). A declaração, feita a um povo exilado e aflito, revela o coração de um Deus que não abandona nem se esquece, mas que continua a conduzir os seus com amor e propósito.
Fazer a diferença, à luz das Escrituras, não significa necessariamente estar em evidência ou alcançar grandes plataformas. Muitas vezes, está nos detalhes: numa palavra de encorajamento, num gesto de misericórdia, numa postura de integridade em meio à corrupção. O mundo carece de referências e Deus chama seus filhos a serem luz em meio às trevas, sal em meio à uma sociedade insípida.
Vivemos dias em que muitos caminham sem direção, mergulhados em crises de identidade e propósito. A mensagem bíblica vem como resposta viva: somos feitura de um Deus criativo, chamados não apenas a existir, mas a impactar. A diferença que Deus espera de nós não está apenas no “fazer”, mas, sobretudo, no “ser”. Antes de realizar boas obras, somos convidados a permanecer em Cristo e é dEle que fluem as ações que realmente transformam.
É preciso lembrar que o chamado de Deus não está limitado à esfera eclesiástica. Ele se manifesta na vida comum: no lar, no ambiente de trabalho, na universidade, na vizinhança. Onde houver pessoas, há oportunidade de fazer a diferença. É ali que o propósito ganha forma.
Portanto, reconhecer o chamado é o primeiro passo. O segundo é responder com coragem, fé e disposição. Deus não apenas nos chama, Ele nos capacita. Ele não apenas sonha conosco, Ele caminha ao nosso lado. Há uma missão a cumprir, e ela começa quando compreendemos que fomos intencionalmente criados para impactar o mundo à nossa volta.
Em tempos de superficialidade e individualismo, fazer a diferença é um ato de obediência e amor. É viver com os olhos fixos em Cristo e o coração aberto para servir. Afinal, como bem escreveu Paulo, fomos “criados para boas obras” e essas obras já estão diante de nós, preparadas pelo próprio Deus. Cabe a nós, com humildade e confiança, dizer: “Eis-me aqui”.
